(Sitri Silas)

Comemorações em torno dos aniversários da Reforma Protestante tomam proporções maiores no Brasil a cada ano. Este fato é compreensível, principalmente devido a um aumento de conhecimento e interesse nas doutrinas reformadas que aconteceu nestes últimos 10 anos. Nesse ambiente de descoberta muitos batistas tem se inclinado a esta comemoração e, infelizmente,esquecido o que se passou com a igreja batista e anabatista nesse período. Talvez a empolgação pela“redescoberta” do monergismo tenha feito com que muitos desses adotassem a Reforma Protestante como propriamente sua, mas isso não condiz de fato com o que aconteceu. Se alguns desses defendessem as doutrinas batistas naquele contexto provavelmente teriam ido parar em uma prisão,ou numa fogueira, ou debaixo de um rio, etc.

A seguir serão apresentados alguns dos fatos históricos sobre tais perseguições. Antes é bom ressaltar que em outro artigo, encontrado no blog Doutrina Batista, já foi abordada a ligação entre o grupo anabatista e a Igreja Batista, portanto, este artigo somente abordará as perseguições realizadas no período da Reforma Protestante.

A origem dos grupos anabatistas na Idade Média

Antes de tudo é necessário saber de onde vieram estes anabatistas da Idade Média. Aqui cabe uma ode a eles: foram os precursores da noção de liberdade de consciência e de religião, e da separação administrativa e religiosa da Igreja e do Estado, também foram precursores da disciplina eclesiástica moderna bíblica. Até mesmo Martin Bucer, por influência anabatista, defendeu essa prática e instigou João Calvino a realizá-la.

Os anabatistas, assim como os batistas, apresentam algumas teorias sobre suas origens.Existe a teoria de que o movimento anabatista teria se iniciado em Zurique, em 1525, tendo sua expressão na Confissão de Schleitheim, mas esta teoria bate de frente com alguns testemunhos da época e posteriores que contradizem esta origem recente. Existe a teoria que o movimento anabatista se originou de um movimento social anticlerical, antielitista e contra a propriedade privada, esta também é outra teoria que não acha fundamento nos fatos históricos. E outra teoria afirma que os movimentos anabatistas não surgiram, mas já estavam lá desde a Idade Média, esta éa que melhor explica o “aparecimento” repentino de vários grupos em várias partes da Europa quase na mesma época.

No fim da Idade Média (entre o século XIII a XV) existiam grupos denominados “cátaros”(puritanos), este grupos são, até hoje, alvos de várias especulações e controvérsias no tocante aos seus ensinos e sua história. Os primeiros grupos que foram denominados “cátaros” foram os novacianos do século III e os donatistas do século IV.

Estes grupos medievais tomaram vários nomes (albingenses, bogomilos, valdenses, etc.) houve acusações de vários tipos de heresias contra estes grupos como: adocionismo, gnosticismo,etc. Obviamente as acusações eram feitas pela Igreja Católica e seus representantes do clero, então não nos disporemos a verificar sobre a autenticidade das acusações (não sobraram muitos desses escritos dos próprios acusados para avaliar sobre suas doutrinas). Estes grupos sempre foram rebatizadores (anabatistas) e sempre procuraram ver a Igreja como uma assembleia visível e voluntária de cristãos confessos, ao contrário da Igreja Católica Romana na época. A confissão de fé do grupo anabatista dos valdenses, feita no ano de 1120, é um bom exemplo de que eles criam em doutrinas básicas como a Trindade, a autoridade da Escritura, negavam o purgatório, aceitavam apenas o Batismo e Ceia, etc.

No fim do século XV, um pouco antes da Reforma Protestante, nós tínhamos este grupo dos valdenses como o maior grupo anabatista, mas não era o único. Mesmo assim se podemos traçar oinício da efusão do movimento anabatista na Suíça, um local para isso com certeza seria a cidade alemã de Nuremberg. Nuremberg era uma cidade que mantinha uma viva cultura e relação com os anabatistas valdenses pelo menos desde o século XIII [1]. Não é por acaso que, mesmos os católicos romanos, tinham uma noção diferente e prática do cristianismo e da salvação pela graça mediante a fé. Foi nesta cidade, aliás, que em 1515, Lutero encontrou Johan Von Staupitz, seu “pai na fé”, que abriu sua mente para o que se tornaria o carro chefe na teologia da Reforma iniciad aposteriormente: a justificação pela fé. Poderíamos citar vários nomes oriundos desse movimento anabatista como Hans Sachs (1494 – 1576), Hans Denck (1495 – 1527), Albrecht Dürer (1471 –1528). Muitos destes foram para Estrasburgo, onde havia certa tolerância com os que não aderiam ao catolicismo romano, influenciando ali um movimento de irmandade anabatista. Vários focos do anabatismo começaram a aparecer. Mas o maior foco foi em Zurique na Suíça. E ali foi onde iniciou as perseguições contra os anabatistas.

A perseguição aos anabatistas pela Reforma em Zurique

Antes é necessário destacar que em 1525 ocorreu a Guerra Camponesa, e depois em 1534 a Rebelião de Munster, ambos distúrbios sociais foram injustamente colocados na conta dos anabatistas. Os participantes da Guerra Camponesa, que foram liderados por Thomas Muntzer, um protestante de origem luterana que se aliou com a causa dos taboritas (partido que veio dos hussitas,que se originaram no pré reformador John Huss), pretendiam estabelecer um reino de Deus a forçana terra eliminando os adversários e utilizando métodos violentos se baseando no Velho Testamento,como alguns anabatistas se juntaram ao movimento, seus adversários começaram a colocar todos anabatistas na mesma “cesta” a fim de justificar perseguições e assassinatos. O próprio Thomas Muntzer nunca colocou qualquer importância na questão do batismo em si, quando ele era feito ou quem o fazia, doutrinas basilares inerentes a todos anabatistas. Cabe ressaltar que Muntzer era um luterano e não um anabatista. Aconteceu o mesmo com o caso da Rebelião de Munster, onde além de um reino teocrático violento, foram impostas à força práticas totalmente contrárias ao cristianismo (como poligamia, abolição da propriedade privada, etc.) pelos líderes da revolta, os anabatistas que se recusaram a obedecer foram executados. Mesmo assim, com muitos anabatistas sendo mortos pelos revoltosos e outros ajudando a derrotar estes rebeldes “teocráticos”, a fama de subversivos foi ampla e desonestamente utilizada para perseguir e matar todos os anabatistas.

Mas enquanto isso ocorria, em Zurique muitos verdadeiros anabatistas estavam tentando posicionar sua doutrina bíblica sobre a Igreja, entrando em controvérsias com Ulrico Zwinglio. O grupo anabatista era formado por Conrad Grebel, Baltasar Hubmaier, Feliz Manz, Wilhem Reublin,etc, até mesmo Zwinglio no início estava do lado deles, mas acabou cedendo as pressões do conselho da cidade e, desta forma, ficou contra o grupo, passando a acreditar que a igreja necessitava da ajuda do Estado. Isto levou a várias disputas na cidade.

Interessante observar que os dois líderes opostos nestas disputas: Conrad Grebel eZwinglio, eram grandes amigos. Grebel queria simplesmente que o Estado não interferisse nascoisas concernentes à religião, Zwinglio até concordava que o batismo infantil era injustificado,mas ele assumira que esta questão do batismo serviria como base para rebelião ao Estado e culminarian na separação entre o Estado e a Igreja (a qual Zwinglio discordava). Muitos historiadores, desde o comunista Kautsky até Johan Loserth concordavam que a questão do batismo era um símbolo dessa separação. O batismo dos bebês, de fato na época, era uma cerimônia com peso civil, como uma certidão de nascimento, que aliás era paga e servia como fonte de recursos para o próprio Estado.

Obviamente, como se fosse preciso dizer, o Conselho da cidade não era favorável a essa doutrina de batismo. Os anabatistas suiços, com influência eminentemente oriunda dos anabatistas medievais (principalmente os valdenses), defendendo esta separação, fatalmente se tornaram antagônicos ao próprio Estado. Com a Guerra Camponesa como álibi não foi difícil criar espantalhos e notícias eminentemente falsas para instigar muitos do Conselho e da cidade contra os anabatistas. No campo dos debates os anabatistas, ao contrário do que costumeiramente se pensa,eram grandemente capacitados. Nuremberg, Estrasburgo e Basileia eram desde muito tempo já,centros culturais dominados por anabatistas artistas, escritores, estudiosos em grego e hebraico (tão bons que até mesmo Erasmo de Roterdã ficou impressionado), Bíblias haviam sido impressas desde o século XIV, não pelos católicos, mas pelos anabatistas da região. Foi desta alta cultura que surgiram Hubmaier, Manz, Grebel, Denck, etc., então não é difícil assumir que os debates foram altamente teológicos. O enfraquecimento da Igreja Católica Romana, resultante da onda iniciada por Lutero, tornou o campo aberto para que estas comunidades anabatistas saíssem de seus refúgios ocultos por séculos e se dispusessem ao enfrentamento em debates. Mas isso não teve um resultado muito bom para os anabatistas.

O embate em Zurique já havia começado informalmente quando Grebel conclamou Zwinglio a se juntar a mudança necessária para a igreja estatal na época, Grebel disse para Zwinglio: “Não percebes para onde os tempos estão indo? Não vês para onde o Espírito de Deus está soprando?”[2]. O rompimento entre Grebel e Zwinglio deu-se em outubro de 1523, Grebel solicitou que a missa parasse de ser realizada, Zwinglio entendeu que somente a autoridade governamental poderia fazê-lo. O Conselho da cidade, depois que Zwinglio apresentou a contragosto de Grebel a questão para eles, decidiu por deixar tudo como era. Foi a gota d´água. A partir daí os diálogos foram mais violentos, começaram os exílios dos que questionavam as decisões do Conselho da cidade. Mas o movimento anabatista se espalhou, muitos do povo recusavam-se a batizar seus filhos, isso se deu devido a entrega em propagar este ensino pelo ex monge Jörg Blaurock, não tão erudito como seus colegas, mas um pregador poderoso entre o povo. O Conselho tomou isso como rebelião contra o governo, mas pelo menos marcou uma data para se debater a questão do batismo infantil: 17 de Janeiro de 1525.

Entretanto o Conselho, no dia seguinte ao debate, instaurou uma lei que tornava obrigatório o batismo dos bebês. Aqueles que não haviam sido batizados deveriam o ser no prazo máximo de oito dias, e os que desobedecessem à lei seriam imediatamente banidos. Após isso as reuniões dos anabatistas tornaram-se ilegais, mas eles ainda pregavam. Grebel mesmo saiu para uma proclamação evangelística e os arredores da região se enchiam de novos batizados. Cabe destacar que Grebel praticava o batismo por imersão [3]. As acusações de sedição começaram a aparecer,principalmente instigadas por Zwinglio, e então a perseguição foi aumentando conforme se observava a indisposição dos anabatistas em declinar de suas doutrinas. Em 1527, no dia 09 de Setembro, o Conselho da cidade publicou outro decreto mais violento: os que praticassem o rebatismo seriam presos e seus líderes executados por afogamento.

No mesmo ano Felix Manz, um dos lideres dos anabatistas e dono da casa onde se reunia a igreja anabatista, foi sentenciado a morte por afogamento (denominado “terceiro batismo”),amarraram seus pés junto aos seus joelhos e o jogaram no rio Linth, no mesmo dia Jörg Blaurockfoi espancado e expulso da cidade, indo para os Alpes Austríacos onde morreu martirizado pelos católicos, sendo queimado na fogueira em 1529. Hubmaier foi preso, provavelmente em 1526, por Zwinglio, foi torturado e sentenciado a morte, mas conseguiu escapar um dia antes da execução da sentença, depois foi preso em Viena pelos católicos, acusando de insurreição e queimado na estaca em 1528, sua esposa foi afogada três dias depois no rio Danúbio. Em 1530, outro decreto em Zurique estendia a execução por afogamento a todos que aderissem ao rebatismo, muitos outros foram mortos e expulsos de Zurique, Dos citados somente Grebel morreu naturalmente quando foi acometido pela “praga” (peste bubônica). Devido a perseguição aos anabatistas em Zurique houve um dispersamento dos anabatistas pela Europa.

A perseguição protestante aos anabatistas na Europa Continental

Com a notícia da guerra camponesa, que falsamente rendeu a fama aos anabatistas de baderneiros e rebeldes contra toda autoridade, juntamente com a dispersão causada pela Reforma na Suíça (especialmente em Zurique), a perseguição foi ampliada e se tornou feroz e violenta contra os “rebatizadores”. Tanto católicos quanto protestantes perseguiram e executaram os grupos anabatistas, sendo que a diferença maior entre católicos e protestantes era a forma como assassinavam os “rebeldes”: protestantes utilizavam o afogamento (chamado “terceiro batismo”) e católicos os queimavam em estacas.

Os números de mártires desse período são verdadeiramente assombrosos. Falaremos disso resumidamente a frente. Há que se fazer um destaque aqui: poucos historiadores da igreja se dispõem a mexer nesse lamaçal histórico, e quando o fazem são inclinados ou a generalizar o grupo anabatista (utilizando o subterfúgio da Guerra Camponesa e da Rebelião de Munster como justificativas para o genocídio que se seguiu), ou contemporizando o comportamento violento dos reformadores (argumentando que isso era “da época”). Historiadores católicos e protestantes,obviamente devido a sua própria ascendência religiosa, tentam obscurecer ou passar “rápido” por este trecho da história. O fato dos anabatistas separarem a Igreja do Estado acertava no coração as relações de poder da época, católicos que haviam, há tantos séculos, se valido do poder político para manutenção de cargos, objetivos, autoridade, etc, não podiam deixar isso se espalhar pela Europa.Protestantes que tinham, há pouco tempo, conseguido obter prestígio e auxílio do poder estatal igualmente não podiam deixar este pensamento “perigoso” se espalhar.

Como vimos, a Guerra Camponesa e a Rebelião em Munster já haviam dado o álibi para poder colocar o rótulo destes anabatistas como subversivos e rebeldes ao Estado e perturbadores da paz e ordem social. Não foi difícil empreender os recursos estatais para encontrar e assassinar os anabatistas em todo lugar da Europa. Na Europa Protestante (Suíça, Norte da Alemanha e Países Baixos e Inglaterra) o enfraquecimento da Igreja Católica foi maior, o que proporcionou aos anabatistas aparecerem em maior número, mas a perseguição aos mesmos também foi forte nesses lugares. No Palatinado, região a sudoeste da Alemanha perto da Suíça, que foi fortemente influenciada pela Reforma Protestante, pelo menos 305 anabatistas foram executados até 1530. Na cidade de Eisisheim, perto da mesma região, mais 600 foram mortos em pouco tempo, a cidade era conhecida como “o abatedouro de Alsace”. Voltando a própria Suíça, agora na cidade protestante de Genebra, os anabatistas tinham chegado a cidade em 1537, mas com a ascensão da autoridade de Calvino na cidade, e com o apoio de Guilherme Farel (que havia se juntado aos anabatistas no início, quando lhe era conveniente e depois se tornou um adversário dos mesmos), eles foram tomados como hereges. Calvino escreveu ao rei Henrique VIII “É bem melhor que se queime dois ou três [anabatistas] agora, que queimar milhares no inferno”, também escreveu um tratado contra os anabatistas chamado Breve Instruções para Armar os Bons Fiéis Contra os Erros da Seita Comum dos Anabatistas, quando escrevia contra os anabatistas costumeiramente utilizava insultos como: “gangue de mendigos”, “vermes”, “suínos”, “idiotas”, “bestas brutas”, “lunáticos”,“bêbados”, chamou Mennon Simons, um líder anabatista, de “cão impudico” e com “traseiro arrogante”. Calvino não poupou palavras desqualificadoras para estes adversários[4] isto,obviamente, incentivou a expulsão dos anabatistas da cidade, atacando o mal pela raiz, por isso os grupos anabatistas não vingaram por lá.

A perseguição aos anabatistas só minguou no continente em meados do século XVII. Na Alemanha o primeiro decreto de tolerância religiosa só apareceu em 1664, mesmo assim os anabatistas tinham várias restrições (não podiam batizar, pagavam um imposto especial, etc.). Já na Holanda a tolerância foi praticada desde cedo, pelo menos desde o início do século os decretos de tolerância e o fato de muitos tecelões e artesãos (comércio com uma importância muito grande para a Holanda) serem anabatistas contribuíram para esse fato. Com a ascensão de Guilherme de Orange ao poder na Holanda, a tolerância se estendeu e não houve perseguições como nas outras partes da Europa. Nos demais locais os eventos que se sucederam praticamente foram os mesmos com os anabatistas: uma tolerância “limitada” (como nos moldes alemães) até ou a dizimação total por algum evento (guerra, doença, etc.) ou uma perseguição que os levou a emigrar para outras regiões(principalmente Inglaterra e América do Norte).

A perseguição protestante aos anabatistas na Inglaterra

Na Inglaterra a perseguição aos anabatistas não deu trégua, tanto os governos protestantes quanto os católicos se esforçaram para extinguir os anabatistas do reino inglês. Os anabatistas, fugindo das perseguições continentais aportaram na ilha inglesa em meados da década de 1530. Em1535, após fundar a Igreja protestante denominada Anglicana (1534), o rei Henrique VIII emitiu um decreto expulsando todos os anabatistas de seus domínios ingleses, os que não obedecessem ao rei seriam condenados à morte. Na Inglaterra o termo ‘anabatista’ também havia sido ligado aos camponeses subversivos que provocaram as guerras e rebeliões no continente, isto foi amplamente desfavorável aos anabatistas. Depois do decreto o rei cumpriu o que prometeu, cerca de 6anabatistas foram queimados no bairro londrino de Smithifield [5]. Em 1535 cerca de 25 anabatistas provenientes da Holanda (provavelmente da Guerra Camponesa) foram executados. É um período obscuro porque na verdade todos os inimigos da religião estatal (anglicanismo) foram considerados “anabatistas”, mesmo alguns protestantes e hereges (como arianos e socinianos).

Em 1538 um homem e uma mulher anabatista foram executados, queimados na fogueira. No período que compreende 1535 a 1546 muitos anabatistas foram queimados na fogueira por heresia.Em 1550 duas mulheres foram mortas queimadas em Canterbury, ironicamente John Rogers, o protestante que incitou a execução das duas mulheres, foi queimado durante o reinado de Maria I(conhecida como “Bloody Mary”, ou Maria a Sanguinária). Em 1575, já sob o reinado da rainha Elizabeth I, uma congregação anabatista de Aldgate foi descoberta, os membros que não se retrataram sobre as doutrinas anabatistas foram condenados, quinze foram exilados e cinco condenados a fogueira. Embora a rainha Elizabeth fosse mais tolerante em relação a outras religiões(católicos e protestantes em geral), não o foi com a igreja anabatista. Em 1590, ainda sob seu reinado, ela decretou o exílio de todos anabatistas, expulsando-os da Inglaterra.

A perseguição continuou até o reinado de Tiago I, no seu reinado os anabatistas foram perseguidos pela última vez, depois disso, eles deram lugar aos seus sucessores: os batistas ingleses.Estes, que também eram aderentes às crenças anabatistas, foram perseguidos desde o início até pelo menos 1689, quando o Ato de Tolerância (Tolerant Act) concedeu liberdade religiosa a todos os grupos religiosos: protestantes, católicos e anabatistas, na Inglaterra.

Notas:

[1] Ludwig Keller, Die Reformation und die älteren Reformparteien, 1885, 17-19, 23.

[2] Samuel Geiser, Die Taufgesinnten-Gemeinden, 1971, p. 132.

[3] Johannes Kessler, Sabbata, II, 266 apud Gerchichte der Täufe, p. 184.

[4] Hans Rudolf Lavater, Calvin, Farel, and the Anabaptists, On The Origins of Briéve Instruction of 1544, The Mennonite Quartely Review, 2014, p. 352.

[5] Johh Foxe, Book Of Martyrs, p. 1043. 

Deixe um comentário

Tendência

Blog no WordPress.com.